Quando viajamos com ela pela primeira vez, fomos a Garibaldi (RS) e o carro despertou muita curiosidade e espanto pelo seu estado impecável de conservação. Renato Cunha me perguntou sobre o filtro de óleo, se eu o havia trocado, pois na sete quatro era em pé, e não rente ao bloco como no caso da minha. Sei lá, um dos donos precedentes deve ter trocado, pela maior facilidade de manutenção, respondi. Devolvi uma pergunta sobre o barulho de máquina de costura que o cabeçote fazia e ele me respondeu que era normal, devido à hélice de metal do ventilador, característica exclusiva desse ano. Não engoli aquela história, pois uma coisa não tem nada a ver com a outra. Mais tarde, quando o Axel veio a Porto Alegre, disse-me que o téc-téc era normal, que eu não me preocupasse, pois o carro era novo.
Fui com o Gabriel ao Detran para fazer a vistoria e trancou tudo. Os burros não tinham o carro na base de dados, tiveram que abrir um processo e nos fizeram de palhaços durante meio ano só para inserir um Fenemê 2300 no cadastro. O fiscalzinho ainda pegou emprestada a cópia do manual do proprietário e nunca mais a vi. Diante de tanta trapalhada, não estranhei que tivessem me pedido uma declaração me responsabilizando pela procedência do motor e assinei sem saber por quê.
Depois de tudo resolvido, documentos em meu nome, a vida foi seguindo e eu, feliz com meu carro novo, sempre controlando o nível do óleo, a frio, antes de ligar o motor, como convém. Muitas viagens à praia, à serra e, quando fomos à fronteira, mil quilômetros de comportamento exemplar, sol e chuva no retão, abaixo de pau, sem dar um ai. No meio dessa movimentação, a prova de Teutônia: andou muito naquela tarde e conquistou o primeiro lugar na categoria. Eu nem desconfiava que…
NO CAPÍTULO DE AMANHÃ: quando parecia que tudo de errado já tinha acontecido, era só o começo. Saiba como um pacato pai de família vai ao fundo do poço para satisfazer sua amante insaciável.